Será inaugurada no próximo dia 10 de julho a exposição “Barbapapa” na Anita Schwartz Galeria, na Gávea. Com trabalhos inéditos do artista Paulo
Vivacqua, em um aprofundamento de sua recente pesquisa sobre sons e
linguagens pré-verbais. Radicado no Rio, Paulo Vivacqua usa como
materiais constantes em seu trabalho alto-falantes e fios. Nos trabalhos que
serão exibidos, ele acrescentou novos materiais, como granito, vidro, metais,
espelhos, luz negra e cores. A obra que dá nome à exposição, que ocupa todo o segundo andar
expositivo da galeria, é uma instalação em que o artista usa o som como “expressão
visual, gesto sonoro, vocal”.
Criados pela arquiteta francesa Annete Tison e pelo
professor americano Talus Taylor nos anos 1970, os personagens da família Barbapapa ganharam o mundo a partir da série de
desenhos animados transmitida pela televisão, de grande sucesso. Os Barbapapas
são simpáticos seres coloridos, “cada um com uma
habilidade diferente, que vão mudando de forma, o que tem a ver com meu
trabalho”. Na obra sonora “Barbapapa”,
Paulo Vivacqua cria desenhos com alto-falantes e fios vermelhos sobre chapas de
aço pintadas com tinta automotiva – elementos inéditos –, em que as formas “são
mais ovais, como seres imaginários, ou como se uma figura de linguagem se
tornasse um ser visual”, e os sons emitidos pelos Barbapapas são derivados da
pesquisa recente do artista sobre os sons pré-verbais.
Paulo Vivacqua busca o
universo imaterial, em que foge do mundo muito narrativo, muito endereçado,
dimensionado. Ele pretende um espaço mais aberto, com um número maior de
leituras sobre aquele objeto em um nível mais abstrato. O artista vem
aprofundando desde o ano passado sua pesquisa sobre sons vocálicos, iniciada
com a fragmentação do som do alfabeto, como “um alfabeto despedaçado, em sons e
formas”.
O trabalho é um
desdobramento desta pesquisa, em que a linguagem seja geradora de imagens,
lúdicas, borrando e diluindo a fronteira entre som e forma.
MESAS-ESCULTURAS
Ao longo da sala estarão quatro mesas de
tamanhos diferentes, como ilhas, com assemblages compostas por vários
materiais, em que os alto-falantes estão apenas como objetos visuais. Essas
obras congregam elementos que podem ser vistos nos demais trabalhos, como os dez
desenhos dispostos nas paredes, da série “Memo”, em que o artista usa blocos de
rascunho que pertenciam a seu pai, nos anos 1970. Ele explica que esta é uma “série aberta”, iniciada em 2009 e que o
artista pretende continuar. Uma das mesas contém um “Memo” de vidro, com
espelhos e o desenho feito com fio de cobre. Outra tem uma espécie de Barbapapa
“cristalizado”, e as demais são dois objetos independentes, esculturas, com
alto-falantes, chapas de metal, granito, uma delas com luz negra.
Exposição “Paulo Vivacqua – Barbapapa”
Anita
Schwartz Galeria de Arte, Baixo
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro
Período: 11 de julho a 24 de agosto de 2019